Ontem eu estava na internet procurando material para produzir e me deparei com essa pergunta "Você se parabeniza tanto quanto você se cobra?". Nos cobramos incansavelmente em busca de resultados, em busca de realizações, auto superações. Nessa tentativa de provar a nós mesmo que somos capazes, podemos deixar passar muitas situações e no futuro isso nos custará nossa saúde mental.
Nos comentários, todos diziam "não", mas o primeiro tinha um relato assim:
"Não, pois minha família nunca me ensinou a me valorizar, sempre que eu errava ou erro, eles só me criticam independente do quanto me esforço, e quando eu faço algo certo, eles simplesmente não ligam, não elogiam ou parabenizam, e isso sinceramente acaba com meu psicológico... " - "caixinha_de_surpresas_" ,página do pinterest.
Quando eu li, me identifiquei, meus pais tem uma visão de vida diferente da minha, o jeito com que eu vejo as situações tem muita relação com a geração que eu nasci onde temos acesso mais fácil a informação, onde pessoas não são obrigadas a trabalhar clt para pagar as contas e onde pessoas fazem planos financeiros para se aposentar cedo e sem depender de governo. Além deles não concordarem, ainda acham que sou preguiçosa por preferir trabalhar pela internet e fazer meu horário do que ficar 4 horas no transporte público e folgar 1 vez por semana.
Já tentei convecê-los mas isso acaba desgastando a nossa relação. Pelo visto desde criança até hoje eu tento provar para eles que meu ponto de vista não é errado, só é diferente, mas eles não parecem estar dispostos a aceitar. Quando eu era criança, quase não ouvia as palavras "parabéns" "muito inteligente" " você conseguiu" da minha mãe, do meu pai mesmo, nunca vi nem ouvi e hoje só ouço "preguiçosa" "trabalhar" fora os olhares de reprovação.
Falando assim pode parecer algo supérfluo, criança mimada, mas a reflexão aqui é: o quanto isso pode afetar uma pessoa na vida adulta. Sem incentivo, é fácil fazer uma criança se sentir incapaz, inútil, insuficiente e assim ela levará essas palavras para a vida toda, sempre acreditando que oque ela deseja nunca poderá ser alcançado já que ela é incapaz.
Cabe a nós, sairmos dessa bolha, e enxergar que todos somos capazes, cada um com sua realidade, com sua limitação. Eu mesma tenho muitos gatilhos de auto sabotagem, mas controlo eles diariamente porque tenho muitos objetivos a serem alcançados e não posso deixar eles me dominarem.
Superando essa fase com nossos pais ou criadores, agora precisamos curar ela em nós. Uma hora o resultado de nossas ações chega, e se estamos fazendo por onde, calma, você será recompensado. Mas lembre de valorizar oque você já conquistou, o seu caráter, a pessoa que você é hoje, isso ninguém tira de você, independente se seus pais gostem ou não, você estando satisfeito é oque importa.
Olhe ao seu redor, veja quantas conquistas você já conseguiu e quantas você está correndo atrás, não espere aprovação dos seus pais para dar seu próximo passo. Focar no erro é um péssimo gatilho para desanimar e desistir, o erro serve de aprendizagem e reflexão, do mesmo jeito que o acerto serve de incentivo, vamos dar mais valor aos acontecimentos positivos e mais reflexão aos acontecimentos negativos, não deixando ele nos dominar e nos deprimir.
O texto era sobre valorizar as pequenas conquistas mesmo que aconteçam no meio de vários erros, mas a relação com os pais acabaram tomando o conteúdo dessa página, mostrando que muitas vezes, nossos erros não são culpa nossa e sim um reflexo da nossa criação. Como dito no 6º parágrafo "Cabe a nós, sairmos dessa bolha".
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Obrigada por terem lido até aqui.
Em breve, mais conteúdo.